sexta-feira, 11 de março de 2011

Homens procuram cirurgia de nariz, lipo e pálpebras

Em 2009, das 645,4 mil cirurgias plásticas realizadas no país, 119,2 mil foram em homens. “Eles buscam acompanhar a vaidade feminina e, hoje, a valorização da estética está muito presente na televisão”, ressalta o cirurgião plástico Frederico Vasconcelos. O especialista foi um dos que registraram aumento de homens no consultório.

Mesmo sem ter números absolutos em mãos, o médico estima que, em 2009, comparado ao ano anterior, atendeu 20% a mais de clientes do sexo masculino. “Eles vão acompanhados pela esposa. Ela se decide por uma cirurgia, ele por outra. Acabou o preconceito de que o homem não podia cuidar da estética”, analisa.

Que diga o estudante de Farmácia Cristian Pádua, 29 anos. Há cinco anos ele foi submetido a uma rinoplastia (cirurgia do nariz) e também tirou o excesso de gordura nas coxas. Na época, o jovem não tinha como negar a rinoplastia, por ser bastante visível. Porém, em relação à lipoaspiração nas pernas, chegou a dizer para os conhecidos que tinha feito uma cirurgia no joelho. “Não tinha coragem de falar a verdade. Fiquei com vergonha. Já o nariz não tinha como esconder”, recorda ele.

Cinco anos depois, o universitário fala sobre o assunto abertamentee sem medo de preconceitos. “Homem tem que cuidar da beleza física sim. Esse privilégio não é somente para as mulheres”, afirma Cristian. “Os homens estão assumindo este lado vaidoso”, comenta Frederico Vasconcelos.

A tendência de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sebastião Nelson Edy Guerra, é decorrente do crescimento da cirurgia plástica no Brasil. Enquanto em 2004 foram 616.287 procedimentos, no ano passado foram um pouco mais de 645 mil. “ O público masculino tem procurado muito os consultórios, um aumento de cerca de 30%, relacionando os últimos 16 anos. Agora, estamos fazendo um novo levantamento para sabermos os números reais da cirurgia plástica no Brasil e o perfil deste público”, adianta o médico.

Nariz, lipo e pálpebras são os mais procurados

As intervenções mais procuradas não diferem muito pelas quais passam as mulheres. Ainda de acordo com o levantamento do IBOPE, o procedimento mais realizado em homens, no período de 2009, foi a cirurgia das pálpebras com 19 mil cirurgias, seguida do nariz, com quase 16 mil, e lipoaspiração, com pouco mais de 15 mil.

Geralmente, os serviços são procurados por homens entre 18 e 40 anos. “Os mais velhos recorrem insatisfeitos com as bolsas de gordura na região das pálpebras inferiores. Isto reproduz um ar abatido e uma aparência pesada podendo, inclusive, causar alterações visuais”, ressalta o cirurgião plástico Alan Landcker, enfatizando que, no ano passado, atendeu 105 pacientes homens, 25 a mais que no ano anterior – um aumento de cerca de 30 %.

O especialista reforça a tese de que o aumento acontece em virtude da quebra de paradigmas quanto aos cuidados masculinos com a beleza, e ainda diz que a popularização da especialidade a tornou acessível a toda população. “Hoje, uma cirurgia pode ser financiada”, argumenta.

Os custos da intervenção também não se diferem dos praticados nos procedimentos em mulheres, eles dependem da complexidade da cirurgia. “No entanto, antes de qualquer cirurgia plástica, o paciente deve pesquisar, saber se o médico é especialista cadastrado na Sociedade Brasileira e pegar recomendações”, orienta Alan.

No caso dos homens, o cirurgião plástico considera que os procedimentos devem ser mais conservadores e as feições masculinas precisam ser preservadas. “Deve-se evitar sinais de feminilização como, por exemplo, deixar o nariz muito fino e pequeno. Hoje nem é tão preocupante pois a técnica está bastante aprimorada, a tecnologia está avançada”, pondera.

Alan ressalta ainda que a cirurgia plástica em homens tende a ser mais complexa tecnicamente, em função de características do organismo masculino.

No caso deles há mais chances de ocorrer sangramento e inchaços. Por causa do inchaço mais intenso, a recuperação é um pouco mais demorada. “Não tive problemas nenhum com a cirurgia. Por enquanto não penso em fazer uma outra. Mas quem sabe pr5a frente”, revela Franklin Bethônico.

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